05 agosto 2010

MOSTRA ARTSOM

... A individualidade modernosa traz consigo, além de outras formas de exclusão, a solidão dos 'headphones'. Cada qual com os seus, cada um na sua. Isso me soa egoísta. O manipulador de som, mais conhecido como DJ, ainda assim persiste. Investe na coletividade sonora, na congregação da matéria humana, dos corpos. Insiste na pista de dança, na contemplação dividida, compartilhada. Quem não tem sua(s) trilha(s) sonora(s)? Mais que isso. É impossível lembrar-se de uma canção sem que lembremos de alguém, de uma história, um encontro, uma época. A música nos ajuda a explicar a relação do homem com seu tempo e seus gostos, transgredindo os limites da expressão artística e mostrando-se, deste forma, antropologicamente importante. Seja qual for o estilo, 'hit', ritmo, 'beat' ou tema, a música é um agregador físico e ideológico, ferramenta fundamental na história e na transformação, não só da comunicação social, mas da propaganda, do cinema, da política... Sendo assim, é por meio da linguagem audiovisual e desta respectiva mostra que me expresso para representar a classe, não só dos artistas gráficos e poetas, mas também dos músicos. A proposta vai além de dialogar com o público sobre O SOM e suas diversas possiblidades de representação. A iniciativa é também de lutar com unhas, dentes, vozes e ouvidos, para que a bandeira da sonoridade coletiva permaneça hasteada, sempre em riste, discotecando, discotecada. Tomás Paoni - MOSTRA ARTSOM clique!